A informação e o conhecimento sozinhos nunca foram sinônimos de sabedoria. A sabedoria, principalmente nos tempos atuais, é aquela que pode ser provocada, exercida e partilhada.
Em 2015 inauguramos uma nova fase de nosso olhar educador – um processo desafiador que assumimos, de provocar inquietudes e despertar o espírito curioso e investigativo de nossos alunos.
O desafio foi além de enxergar nossos estudantes como os questionadores que, por natureza, já são: criamos espaços que legitimam tudo isso e que propiciam o exercício das experiências. Potencializamos a curiosidade infantil e validamos isso dentro do ambiente escolar.
Coordenam esse trabalho:
Cassia Fernandez
Professora de Programação e Robótica no Colégio Sidarta, é formada em física. Seu trabalho de mestrado, que está sendo desenvolvido na Escola Politécnica da USP, no departamento de Engenharia Elétrica em parceria com a Psicologia, tem como objetivo identificar como a programação e a robótica podem ser usadas de forma criativa e avaliar os impactos que as estas atividades podem ter no sentimento criativo e nos interesses dos alunos. Ela acaba de retornar de um período de estágio de pesquisa no Media Lab do MIT, onde contribuiu no desenvolvimento de materiais alinhados a uma perspectiva criativa com os alunos e recursos que podem ajudar os professores.
Marisa Falco Fonseca Garcia
Coordenadora da área de Ciências da Natureza e professora de Iniciação Científica no Colégio Sidarta, é avaliadora científica da Milset Brasil, colaboradora da FEBRACE, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, e conselheira regional da Semana Nacional de Ciências e Tecnologia de São Paulo. Graduada e licenciada em biologia, tem pós-graduação em Bioquímica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e aperfeiçoamento em Taxonomia de Microorganismos pelo Instituto de Botânica de São Paulo. Foi fundadora de diversos Centros de Pesquisa Jovem em escolas da rede particular em São Paulo e no Paraná.
Michael Hafran Filardi
Biólogo bacharel e licenciado, especialista em Ensino de Ciências pela UTFPR, mestre em agricultura ecológica e em biodiversidade vegetal, ambos pela Universidade de Barcelona. Atualmente é membro de um grupo de professores brasileiros que discutem Educação Mão na Massa e Aprendizagem Criativa, por meio de compartilhamento de experiências e troca de atividades intermediadas por centros de pesquisa no Brasil e nos EUA. É responsável pela implementação do makerspace "Galpão" no Instituto Sidarta, onde atualmente orienta projetos de pesquisa, desenvolve atividades de exploração mão na massa e coordena a área de Ciências da Natureza.
Hoje, nosso papel é promover o despertar para o saber de cada indivíduo e permitir experimentos, presumindo frustrações e glórias. Afinal, elaborar hipóteses, testá-las e refletir sobre seus resultados é fazer ciência. Por isso, com consciência do amadurecimento inerente desta prática, a Feira do Conhecimento 2016 materializa um ano de questões, dúvidas, incertezas, e uma certeza:
Estamos aprendendo diariamente pela experiência.
INCERTEZA QUE ME MOVE
Descobrir, transformar e construir: explorações que mudam o olhar
O tema da Feira do Conhecimento 2016 expressa o percurso realizado ao longo do ano no Galpão de Iniciação Científica, o espaço maker do Colégio Sidarta.
Por meio de atividades de exploração e investigação que promoveram a reflexão dos alunos, a conclusão é que crianças e jovens podem ser sim agentes de transformação na sociedade.
O tema segue a linha de trabalho iniciada no meio do ano, de curadoria de Priscila Fumiko de Carvalho Okino, coordenadora de Artes Integradas, e que se inspira do tema da Bienal de Artes de São Paulo deste ano, Incerteza Viva, colocando as incertezas, dúvidas e questionamentos em evidência como parte transformadora do indivíduo e, consequentemente, do ambiente que o cerca.
Essa perspectiva veio ao encontro do processo exploratório que já ocorre nas aulas de Iniciação Científica, Programação e Robótica com nossos alunos. Sendo a curiosidade acerca do incerto o ponto de partida de um cientista, o tema provocou os grupos a trabalharem de maneira investigativa, sempre atentos a seu entorno e sensíveis a mudanças de olhar, de pontos de vista, de paradigmas.
Ponto comum entre todas essas investigações, a curiosidade é também combustível para alunos menores e suas explorações – momento no qual as crianças experimentam e compreendem o funcionamento do mundo ao seu redor. A Mostra Curiosidade Viva, evento semestral da Educação Infantil e 1º EFI, passou então a integrar também a nossa Feira do Conhecimento.